terça-feira, 24 de março de 2009
pseudodivagações III
sábado, 21 de março de 2009
pseudopausa, parte I

pseudodivagações, parte II

“Clichê: é uma expressão idiomática que de tão utilizada, se torna previsível. Desgastou-se e perdeu o sentido ou se tornou algo que gera uma reação ruim, algo cansativo em vez de dar o efeito esperado ou simplesmente repetitivo.”
sexta-feira, 20 de março de 2009
pseudopoesias, parte I
pseudopoesias, parte I — Ciranda Perdida
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as caras e bocas, o sorriso faceiro, os olhares desejosos,
os abraços carinhosos e os beijos loucos?
Onde estão aquelas pessoas,
gentis, febris, hostis e muitos mais “is”...
Onde?!
Ouçam, o batuque d’uma infância perdida,
de gente sortida, de felicidade incontida,
Ouçam, pois lá está àquela mesma ciranda,
que veio lá do passado,
para dar seu recado.
Dê-me a mão, irmão.
'Cá estou para seguir adiante,
mas sem olhar antes,
para esse passado feliz.
Pois, se essa ciranda está perdida,
nossa vida estará munida,
de luta e união.
Dê-me a mão, irmão.
'Cá estou para seguir adiante,
Para sorrir com teu riso,
Olhar para seus olhos,
E dizer "sim, vem comigo!"
ps: em lapso temporal de poesia.
psedodivagações, parte I
Decidi começar. E nada melhor do que evocar um dos mais fantásticos homens que já ouvi falar: Charles Chaplin. Uma pequena frase pode dizer muito, ainda mais quando se busca entender o que ela realmente quer nos dizer. Vou poupar-lhes de minha interpretação sobre a frase acima, pois acho que a interpretação deve ser livre e, portanto, livre de segundas, terceiras, quartas e quantas mais opiniões. Esse blog é o fim de uma série de pensamentos, ideias, frases soltas e ocasiões que cotidianamente tenho em vários momentos de minha vida. Pseudocontos, coisas que tem relação com o real, mas podem muito bem serem tratadas como meras criações de uma cabeça
Como disse acima, a ideia é um fim para o começo de coisas que tenho juntado na minha cabeça e aqui será o espaço para que elas possam tomar forma e serem publicitadas. Não espero virar pop, nem quero. Esse, como disse, será um espaço “meu” para coisas “minhas”, claro, toda crítica, sugestão, opinião será muito bem vista e vinda e espero que essa troca dialética me impulsione ainda mais nos textos. Feita essa breve apresentação, vamos ao que interessa:
Pseudodivagações, parte I — O homem e a pena.
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Caminhava sozinho em meio a pessoas, asfalto, concreto, cimento. Tic-tac, tic-tac. O tempo rugia como um leão em meio àquela selva de pedra, não tinha espaço. Manadas de carros vinham de todos os lados, subindo e descendo, descendo e subindo, seguindo em frente, virando a esquina. Espaço?! Onde está ele? Não há, não há. E isso não é sentido, pessoas espremem-se como sardinhas em ônibus, gritam como macacos agarrando-se nos galhos de metal acima de suas cabeças; Querem chegar ao destino, mas que destino?!
O trabalho, o colégio, o bar mais próximo, todos querem chegar! E não importa quanto se corra sempre se está parado. É o sinal, é buraco, é o carro que bateu numa moto, é aquele motoqueiro filho da **** que caiu derrapando numa poça d’água ou mesmo aquela simpática velhinha atravessando a 0,5 m/h a avenida movimentada; Não há tempo? Não nesse mundo.
No ponto, ‘cá estou solitário em meio há dezenas de desconhecidos. Viro-me para perguntar as horas, pois esqueci o meu inseparável irmão relógio – “re” de regular, “lóg” de logo. —, e noto que a garota está com fones de ouvido e olhos fechados. Olhos e ouvidos fechados para o mundo, presa em si própria. Em sua individualidade, em sua mediocridade. Somos tão animais que perdemos aquilo que nos era único: A comunicação. Não olhamos para o lado com medo de sermos assaltados, não sorrimos para dar ousadia, não respondemos estranhos com medo deles clonarem nossa voz e fingirem um sequestro relâmpago, vivemos isolados em jaulas fictícias criadas por nós mesmos. Desisto, obviamente e fico naquele silêncio gritante, batendo o pé freneticamente como se aquilo fizesse o mundo andar mais depressa, mas o sorrateiro leão — O tempo. — sabe nos pregar peças e nos faz esperar quando menos queremos.
Eis que chega o ônibus, não era o que eu queria, mas vejo nele rostos disformes, bestiais, de uma verdadeira guerra selvagem. Espreme daqui, empurra dali, garras para fora e ainda assim sorriem! Desvio minha atenção para um pequeno vulto no meu lado esquerdo. Ali, atrás do ônibus, inalando quase toda fumaça expelida por aquele gigante animal de ferro um senhor abaixado. Maltrapilho, descalço, os cabeços espetados para cima e o rosto melado com algo de um negro intenso. Estava abaixado, ou melhor, de joelhos com as mãos em concha. Olhava para baixo, como se curvasse para alguém.
Intrigado fiquei, cocei a cabeça tentando entender o que fazia aquele estranho. “Mais um animal...”, pensei. Mas foi então que, lentamente e não mais que lentamente, uma pequena pena branca veio descendo os céus. E nossa, como ela brilhava. Destacava-se diante do cinza da selva e levitava graciosa em meio à fumaça negra. Não se impregnava pela negridão da sujeira dos animais. E, por fim, repousou nas mãos do homem. Este sorriu e se levantou com ela entre as mãos. Sua boca não tinha quase nenhum dente e mesmo assim sorria. Não era um sorriso bobo, forçado, ou mesmo animalesco. É o riso de alguém que realmente vive, pois não é rasgado pelas garras do tempo. Sorri de volta e agradeci três vezes por ter esquecido o relógio em casa e perdido aquele Ônibus que, na verdade, era o que eu queria...