terça-feira, 24 de março de 2009

pseudodivagações III


Pois bem, pois bem,

Parece que o blog finalmente deu uma guinada na minha lista de amigos e, agora, até pessoas que nem pedi para verem vieram comentar. Esse é o tipo de “atenção” que pretendia: puxar pela curiosidade. Peço sinceras desculpas, apenas, por não ter conseguido postar nos últimos dias e dizer que isso será uma constância — essa inconstância. Minha rotina está muito massiva e acaba sendo até contra minha vontade que não posto nada.

Pretendia fazer um making off contando de onde veio a idéia para esse texto, mas acho que não fica muito interessante, pois acaba tirando parte da interpretação e, para não me contradizer, vou apenas postar o texto e deixar que cada um tire suas próprias conclusões...

Ah sim! Já ia me esquecendo de algo que estava pra falar desde o começo do blog. Uma coisa engraçada e inusitada foi quando eu pensei no nome do blog e o pior é que acabou se tornando realidade: As pessoas sempre relacionam o “contos” com con
tos eróticos e o “pseudografados” com psicografados. Não, não faço contos eróticos – ainda, né, nunca se sabe... – e também não faço psicografias ou tenho mensagens do além. N’outra oportunidade eu conto o porquê do nome do blog...

Pseudodivagações, Parte III — A lágrima do riso.
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Fabuloso! Hoje, divagando sobre uma série de coisas notei que boa parte dos meus textos e de todos os textos que me recordei são tristes. Constatei isso ao conversar com um amigo de internet qualquer que, no auge de sua puberdade, entrou naquela fase de “pseudopoeta”. Aliás, quem nunca teve uma fase assim? Justamente naquela época que ninguém olha pra gente, que temos nossos maiores amores platônicos e que somos ultraromânicos.

Conversar com o dito cujo me fez repassar essa minha fase e encarar uma coisa que é tão obvia que chega a ser ridícula: A tristeza atrai o homem. Ou o homem atrai tristeza? Tanto faz, o fato é que quanto mais tristes ou decepcionados estamos, mais criativos parecemos. Sim, parecemos. Pois relendo alguns textos meus antigos dessa fasezinha já supracitada, confesso que entrei numa crise incontrolável de gargalhadas. Aquele sofrimento todo que parecia insuportável e necessitava ser extravasado de alguma forma não passava de meros amontoados de clichês.

E digo mais, se eu juntasse todos os textos feitos e fizesse um “MDC” (Máximo Divisor Comum) para tirar o que havia de comum entre eles encontraria sempre as mesmas coisas. É o “término de namorico”, o “amor impossível”, o “não se aceitar como é” e diversas “coisinhas” mínimas que, naquela época, faziam muito sentido. O fato é que a tristeza, ou a decepção, daquela época acabam despertando um “princípio criativo” que é o delineador do norte sobre o que possa vir a se tornar “arte” ou “poético” para nós.

A tristeza sempre esteve em alta. Sentimentos como solidão, decepção e outras sempre atraíram nós, seres humanos, por ser algo comum a todos. Eventualmente – como no caso da fase pseudopoeta. – temos experiências parecidas que acabam criando uma identidade coletiva da tristeza. E nos sensibilizamos com ela.

O mais cômico e curioso disso tudo é acreditar que textos com visões tristes e pessimistas são grandes obras enquanto textos que falam sobre coisas alegres e felizes são clichês ou textos pobres, quando muitas vezes é o inverso! Talvez, o fato dos leitores sempre associarem as tristezas alheias a coisas de seu universo pessoal e tomar para si aquela dor elevem automaticamente a categoria dos textos “tristes” à algo que seja credível de seu interesse ou de sua compaixão.

Trocando em miúdos; É muito mais fácil fazer um texto triste “bom” do que um texto alegre ou feliz “bom”. Não pelo texto em si, mas pelo que os leitores carregam de bagagem dentro de si. A dor é complexa, o riso não. Ao menos assim encaramos, embora receio que um riso possa esconder muitos mais lágrimas do que possamos imaginar...

6 comentários:

  1. Novamente um texto intrigante, Gigs! ;D

    A tristeza pode ser uma fórmula para ser 'criativo', mas isso é muito perigoso... porque a tristeza pode vir de muitas fontes. Tristeza por uma frustração profissional, por exemplo, pode te deixar na fossa e você não ter vontade de fazer nada.

    Nos fóruns volta e meia alguém tinha uma crise dessas.

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  2. Ô meu bem, falou no calo agora!
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Eu já tive vários blogs(que eu sempre excluo
    pq fico de saco cheio) esempre me perguntavam:
    - por que você é triste?Por que seus escritos
    sempre falam de dor.
    rs
    Não que eu seja triste mas que tenho muita
    facilidade pra falar do tema tenho mesmo!
    Gostei disso aqui voltarei mais vezes ;)


    beijos e saudade :*

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  3. Aaahh!! Peguei essa época do Thi.. haushauhsua *rilitrus*
    Então, é hilário ler esses textos daqueles tempos que pensavamos que estavamos "abafando" porque eramos tristes e rejeitados. Eu, na verdade, não tive época "pseudopoeta", eu nunca fui muito boa com rimas '-' (não que poemas se limitem a textos rimadinhos e tals, mas... você entendeu, né?) Mas tinha essas de pensar que "ninguém me compreendia" e "nunca ia namorar porque ninguém gostava de mim". Eu escutava músicas tristes, escrevia cartas que nunca seriam entregues a seus destinatários e desenhava T-T. E os textos engraçados? Bom, tenta pegar meus diários da minha época de 1ª e 2ª série ahsuahsuahusa
    Mas eu ainda hoje penso que fico mais criativa quando estou triste '-'. (tadinha de mim)
    Texto perfeito, as always...
    ;*

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  4. Huahauahuahauahua rashei com seu texto! Fase pseudopoeta ftw... *rindo*

    Oh, mas sim... nada está mais em voga nos últimos 200 anos do que a exatalção da dor e da tristeza na literatura (ou subliteratura), não? Fatão!

    Ma seu não nego que também me sinto muito mais criativa quando estou triste, mas por incrível que pareça eu consigo canalizar esse surto de criação para coisas positivas, e aí é só alegria *-* *contraditória?*

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  5. Todos acabamos tendo nossas épocas de escritores de dramas adolescentes onde geralmente acabamos nos pegando escrevendo aqueles textos tristes e cheios de "quase citações de amor".

    Seguindo a idéia da colega do comentário, acho que também nunca tive essa época. Nunca tive paciência para escrever poemas ou lê-los. Mas admito que como RPGista, eu tenho meus momentos melancólicos e até mesmo românticos, onde nos personagens que crio, acabo soltando aos poucos meus sentimentos e pensamentos.

    Escrever sobre assuntos tristes podem ser mais fáceis, já que vivemos numa época que é mais fácil assimilar sentimentos ruins. Mas os textos mais alegres são complicados, já que mesmo buscando alegrias, acabamos tendo dificuldade em expressá-las em palavras.

    Ainda os textos que eu li aqui me fazem pensar nos meus alunos e no como eu trabalhar com eles.

    Continue parabéns.

    Obs. Sou péssimo com escrita.

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  6. Nossaaaa! Eu espero não ter contribuido muito nesta fase, ok? Contudo, eu tive um breve momento de minha vida marcado por dor, e sim, como assidua jogadora de RPG, e da minha inseparavel personagem, a coitada sofreu por causa desses meus momentos, que hoje, luto para tirar essa carapaça dela, e fazê-la mais feliz, embora momentos de dor/sofrimente, as vezes parecem uma constate na minha vida, o detalhe de tudo isso, é que eu aprendi a separar isso, então: cá está a Guigui, hiperalegre, e ainda por cima, separando tudo bem direitinho... ok?

    Texto perfect, como sempre! ;*´s

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