quarta-feira, 1 de abril de 2009

pseudodivagações, parte IV?!

Salve, salve...
Antes de começar mais um texto, gostaria de comentar sobre alguns blogs de amigos que são muito bacanas e que merecem ser visitados. Não, não os contatei previamente para fazer o merchan o que prova que isso é de livre e espontânea vonta
de minha fazê-lo, o que — teoricamente. — dá um crédito maior as minhas indicações.

O primeiro deles é o blog de um amigo recente — nem tão recente assim... — de internet, o Bruno Machado. Ele é estudante de Alemão e tem textos 
muito interessante; um deles, inclusive, é parte da inspiração para o texto de hoje. Endereço: http://ichheibe.blogspot.com/

O segundo, e último, é um blog de charges de um amigo meu da UFS. Irlan Simões é do terceiro período de Com. Social Hab. Jornalismo e trás no seu blog muito humor e sacadas fodásticas com seu traço único. Endereço:  http://simoesimoes.blogspot.com/

Feito esses recados, peço desculpas pela ausência, o tempo anda difícil...

Pseudo Divagações, Parte IV — A pseudoguerra interior!
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"Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou portabandeira
de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular"

(Infinito Particular — Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Carlinhos Brown)

Divagava sobre o ser. A essência dele, melhor dizendo. Refletia sobre o quão acreditamos naquilo que nos é imposto socialmente e carregamos esses estigmas conosco para o resto de nossas vidas. Dúvida? Darei um exemplo prático e simplório: Quem nunca escutou sobre "BEM" e "MAL"? Acho que a resposta é óbvia: Ninguém. Isso é citado, batido e reproduzido de tal forma que passamos a acreditar nisso.

A mídia desenvolve esteriótipos de mocinhos e vilões; e nós, a ilusão criada por eles, passamos a acreditar que, na vida, existem "papéis" tão definidos. Um erro! Apenas mais um no meio de tantos outros que poderia facilmente enumerar aqui, mas vou me ater no foco desta discussão. Essa dicotomia entre o "BEM" e o "MAL" em nós, seres humanos, já é discutida há séculos. Na Grécia antiga, Platão associava a dicotomia do homem entre o corpo e a alma.

Segundo ele, o corpo é como uma "prisão" para a alma que, trazida para o mundo "real" passa a enxergar apenas sombras do verdadeiro plano luminário: O plano das idéias. Logo, o corpo é uma limitação para a transcendência da alma, que só subirá ao "plano das idéias" quando livrar-se do corpo. Uma visão um tanto quanto fatalista? Talvez...

Saltemos no tempo, agora, e busquemos ligações simplórias entre as idéias acima apresentadas e a filosofia da Igreja Católica. Não precisamos ser especialistas ou teólogos para fazer essas ligações. Por exemplo, conforme os preceitos católicos o que seria a terra? Uma espécie de purgatório, onde os homens são mandados. Aqui, eles devem viver uma vida regrada e sem pecados para que no futuro possam subir aos céus. Notou alguma coincidência entre esse trecho e as idéias de Platão? Não?! Releia então... Caso tenha, ótimo, você está no caminho certo!

A filosofia euclesiástica apossou-se das idéias do filósofo grego parar criar sua doutrina. O corpo é, novamente, tratado como "grilhões" da alma que necessita transcender à um plano superior. Porém, ela adiciona um novo fator: A punição! A punição por não viver uma vida regrada, a ida ao inferno, onde o sofrimento eterno é o destino da alma impura. Criamos, então, o ideário de "BEM" — aqueles que vivem uma vida regrada e buscam a transcendência. — e "MAL" — as almas que sucumbem aos desejos da "prisão-corpo" e caem em sofrimento eterno na hora do "juízo".

Esse ideário é tão reproduzido que chega a ser encarado com um valor de verdade absoluta. Dividem-se as pessoas entre "boas" e "más" descartando-se toda e qualquer capacidade de mudança nisso. Um mocinho será sempre mocinho, um vilão será sempre vilão. Será mesmo?!

Correntes mais "atuais" defendem a idéia da eterna luta interna entre "BEM" e "MAL". A famosa dicotomia do homem que degladia eternamente entre seu "yin" e "yang". E, em verdade, eu vos digo que isso não passa de enganação. Como?! É, en-ga-na-ção!

Voltemos ao exemplo dos mocinhos e vilões. Quando assistimos uma novela, vemos o mocinho apaixonado pela mocinha, super feliz lutando contra tudo e todos para conseguir conquistar e permanecer com seu amor. Entretanto, ninguém vê aquela pobre coadjuvante que sempre amou o mocinho e, no entanto, tem seu amor negado e, quase sempre, é usada, pisoteada, deixada de lado pelo mesmo mocinho repleto de qualidades. Da mesma forma, vemos um vilão (ou vilã, já que estamos numa temática meio que de triangulo amoroso) sem escrúpulos, maléfico e disposto a tudo que, no entanto, protege seu pai de sessenta anos com câncer de próstata. O que temos aqui? Certamente não temos puro "BEM" e puro "MAL". Também não temos "guerras internas homéricas pelo domínio da consciência".

O que temos, por fim, é a verdade. Que o "BEM" e o "MAL" necessitam de um referencial. Ninguém é só uma coisa, ou só outra; muito menos as duas juntas! Fazer o "BEM" ou o "MAL" depende muito mais do "quê fazemos" e "para quem fazemos". Pare para refletir por dez minutos sobre algumas decisões — se querem uma dica, pense em decisões afetivas! — que tomaram na sua vida e as pessoas afetadas por elas.

Não, sério, pense mesmo...

Pensou? Ótimo! Receio que vocês devem ter notado que, a depender da decisão, há pessoas que foram beneficiadas com sua decisão e outras que não. Ou seja, para algumas pessoas você é um "mocinho", para as outras um "vilão". Surpreso?! Não, não deveria. Afinal, isso é a ordem natural das coisas, não somos nada. Somos apenas o que queremos ser para os outros. Pense nisso!

Espero que esse texto tenha ajudado a refletirem, pois isso fará de mim um mocinho... Ao menos espero!

6 comentários:

  1. Hum... sabe qnd eu pesei nisso? mais ou menos há dois anos. Pensei, Pensei, Pensei, e cheguei a conclusão do quão egoista o ser-humano pode ser... por não pedir desculpas, por não dialogar, por não dizer na cara, e embora as vezes no falte coragem de tocar no assunto, não significa que podemos esquecer... então, sempre fica aquela icognita... machucando, machucando, e um dia ou ela sara, ou vai se escancarar e machucar a gente de verdade, mas isso só o tempo dirá... e até lá, doi ate menos se vc se conformar em ser o vilão

    ;*

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  2. Madrugada,

    Não havia lido isso ainda, mas acabei passando por aqui agora.

    Conversamos sobre o assunto via MSN, ambos temos nossas opiniões que as vezes batem positivamente em pontos iguais. Concordo plenamente que somos fadados a comenter certas coisas que podem ao final ajudar um e prejudicar outros... Acho que é a natureza humana. A eterna luta entre os dois opostos, onde nós, aqui ainda ficaremos com as mesmas duvidas.

    Acredito ainda, como disse no meu post, que nós, seres humanos, estamos sim fadados e ter uma guerra em nosso interior, onde "BEM" e "MAL", buscam vencer, para assim, dominar nosso modo de pensar e agir.

    PARA finalizar, isso me lembrou a uma parte dos escritos sagrados. Colocarei aqui, pois, a acho interessante.

    "Certo homem de posição perguntou-lhe:
    - Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna?
    Respondeu-lhe Jesus:
    -Por que me chamas bom? Ninguém é bom, se não um só que é Deus."

    Lucas,18; 18-19

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  3. Para mim, Thiii COntinua sendo um vilão=p(kkkkk)
    beijoOOO

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  4. Legal, gostei bastante do texto, mas ainda estou refletindo!! Parabéns, Thiago, vc é bastante sensível!

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  5. Velho, você escreve bem pra caraiu!
    espero te ver um dia ganhando grana
    pra caraiu também com isso! rs
    (assim você dá um presentinho pra sua amiga aqui :p )


    enfim... volte sempre...
    tem muitas mais coisas de onde saiu esse o/


    beijos.

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  6. adorei seu texto me fez refletir muito sobre3 certos temas, aspectos de como eu deixo rotularem a mim... amei msm thi
    bjxxxxxxx

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